Existe algum registro da voz de Mary Baker Eddy?
Às vezes, recebemos perguntas sobre como soava a voz de Mary Baker Eddy e se há alguma gravação de sua fala.
Até onde sabemos, não foi feita nenhuma gravação. Parece ter sido uma decisão consciente da parte dela. Em agosto de 1910, Sarah Pike Conger escreveu uma carta para Irving C. Tomlinson, perguntando se a Sra. Eddy concordaria em fazer uma gravação. Ele menciona a carta em sua reminiscência, citando a Sra. Conger:
…eu tinha feito um estudo amoroso e voluntário de seus escritos e gostara muito, mas quando ouvi a voz dela proferindo as palavras, havia nelas uma vida que ia além da palavra escrita — e elas vibraram em tons doces e ecoantes ao longo destes anos, ajudando-me a “lembrar” e detectar a mão do Cristo sempre apontando o caminho para o céu. A mais profunda e amorosa gratidão por aquela hora ouvindo-a não pode ser contada e eu acalento este pensamento: que mais pessoas possam ouvir essa voz em sua profundidade, sua entonação, sua ternura, sua vibração de compreensão superior. Esse desejo me veio devido à palavra viva que ouvi da própria querida Sra. Eddy. Existem instrumentos bastante aperfeiçoados que são muito fiéis à voz humana. Acaso não seria proveitoso nossa querida Líder gravar nesses instrumentos, em seus tons doces, ternos e positivos, passagens da Bíblia e seleções de alguns de seus maravilhosos escritos?…1
Tomlinson disse que apresentou o pedido à Sra. Eddy, perguntando se ela estaria disposta a ter sua voz em um registro fonográfico e ela se recusou.
Outro membro de sua equipe, John G. Salchow, contou, em sua reminiscência, um relato de terceira mão sobre a recusa da Sra. Eddy em gravar sua voz: “O sr. Joseph Mann uma vez me disse que o Sr. Alfred Farlow havia pedido à Sra. Eddy que gravasse sua voz e que ela disse que não tinha interesse nisso, pois não seria interessante para o mundo”.2
Existem, no entanto, inúmeras descrições da voz da Sra. Eddy, de acordo com as reminiscências de pessoas que a conheceram. Por exemplo, Mary Stewart descreveu sua voz como “colorida, firme, refinada” e disse: “Ela falava com os lábios, os olhos, as mãos e com o coração”.3 De acordo com Calvin C. Hill, a Sra. Eddy falava com “uma voz ressoante, com poder espiritual e beleza, e com articulação tão distinta que nenhuma sílaba se perdia”.4
Ambos os comentários se referem à Sra. Eddy falando em público. De fato, inúmeras reminiscências indicam que ela adaptava a qualidade de sua voz, nesses casos, para dar suporte à sua mensagem. Além de mencionar sua pronúncia clara, um relato afirma que sua voz “sem esforço, tinha o mais incomum poder de projeção”.5 No geral, as descrições que os alunos deram de sua voz indicavam que ela variava com base no que estava dizendo no momento.
De acordo com Tomlinson, a Sra. Eddy também gostava de música e “era soprano em um pequeno quarteto caseiro”.6 Ele continuou em seu comentário: “Lembro-me bem da doçura de sua voz”.7
- Irving Tomlinson, “Reminiscence” [Reminiscência] (1932), 676.
- John Salchow, “Reminiscence” [Reminiscência] (1932), 53.
- Mary Stewart, “An Interview with Mary Baker Eddy and Other Memories” [Uma entrevista com Mary Baker Eddy e outras memórias], em We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol. I [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição ampliada, Vol 1] (Boston: The Christian Science Publishing Society, 2011), 318.
- Calvin C. Hill, “Some Precious Memories of Mary Baker Eddy” [Algumas memórias preciosas sobre Mary Baker Eddy], emWe Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol. I [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição ampliada, Vol 1], 326.
- Annie Louise Robertson, “The Discoverer and Founder of Christian Science” [A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã], em We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol. I [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição ampliada, Vol 1], 277.
- Tomlinson, Twelve Years With Mary Baker Eddy, Amplified Edition [Doze anos com Mary Baker Eddy, Edição ampliada] (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1994), 216.
- Ibidem, 217.